Sim, Doris, estou em Sao Paulo e já nao tenho que viajar para chegar alí, pois, estou aqui mesmo!!! Estou aqui e, na verdade, o tempo corre rapido demais, se passa rapido demais - estou com saudade, saudade de me mover, saudade de voce em primeiro lugar, mas, saudade de tudo, acho que antes, quando falei com o Joao Paulo, quando ele ligou para mim e eu estava chorando tanto, acho que nesse momento eu descreví bem do que sinto saudade - sinto saudade de nao ficar sozinha. Estou sozinha demais aqui, e isso mesmo que ja conheca muitas pessoas. Me sinto ainda, mas isso é normal, creio, me sinto ainda um elemento assim muito alheio, um elemento que fica fora de tudo, fora da vida dessa cidade, fora e alheia.
Por isso eu adoro o meu ritmo estabelecido - ao trabalho durante a semana, trabalhar no trabalho da faculdade durante o fim de semana. Conhecer um pouco de Sao Paulo, quando da tempo para isso, sair um pouco, mas nunca perder o vinculo à rotina. Hoje perdí esse vinculo, foi para uns instantes só, mas me desesperei muito, fico ainda desesperada. Depois dum dia muito corrido, decidi de repente de irme embora do trabalho, uma hora antes da saida normal. Nao sei o que me fez irme embora - mas fiquei, só pouco depois já, irritada comigo, irritada porque a saida da rotina fez me desesperar e agora nao consigo sossegar e nao consigo ficar tranquila, mesmo que a Andreia ligou para mim tranquilizar, para eu estar bem.
No ultimo tempo estou pensando muito em nós, voce sabe?
É dificil demais nao se perder apesar da distancia, estar em contato, ter confianza ... e ao mesmo tempo ter a coragem de te deixar liberdade, a liberdade da que voce precissa, mesmo que eu esteja com muita vontade de só estar perto de voce, de só falar com voce, mesmo que eu esteja com muito medo a ... a te perder.
E nao é só a distancia - é tambem que vivendo duas vidas totalmente distintas, cada um de nós se desenvolve separado do outro, quer dizer, é provavel nos perdermos só porque .... perdemos a relacao entre nós ao viver as nossas vidas, as nossas rotinas. Fico muito preocupada, pensando demais em nós, no futuro da gente.
E, alem disso, eu ainda estou surpreendida pela cidade na que moro, cada dia de novo surpreendida - dos habitantes dessa cidade, muito simpaticos. É assim mesmo: descobro ... detalhes desconhecidos, como por exemplo, os doces (de banana, de coco, de canela, de macá, de laranja ...), as formas de falar (palavroes;), ficar irritada, ficar feliz e saber expressar isso ... até um encontro na rua ou uma conversa numa loja, tudo é novo para mim), a literatura (tao gostosa, a literatura do Brasil vale a pena conhecé-la, vale a pena ...), a cidade - os bairros, as ruas enormes, grandes, ... nao conhecia antes ruas tao grandes, nao conhecia um transito assim, nao conhecia transito. Ainda nao me sei mover nesse caos, ainda me sinto perdida, ainda nao conheco os roteiros dos onibus - com uma diferenca em comparaca ao inico do meu tempo aqui: agora eu posso falar com o cobrador no onibus e pedir para ele me indicar onde descer, perguntar quando estou com uma duvida. Em Sao Paulo perguntar e falar com os moradores da cidade é esencial - nao se consegue sobreviver sem pedir nunca ajuda, essa cidade tem segredos que sao contados só quando se sabe pedir, quando se aprendeu que se tem que pedir.
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